fronteriaA comissom de Defesa da Língua da Gentalha do Pichel projetará na próxima quinta feira, dia 19 de janeiro às 20h30, o documentário A fronteira será escrita. Muita gente pensa que nas zonas fronteiriças, os habitantes dum e doutro lado da raia se entendem bem. Nem sempre é assim, mas a fronteira galego-portuguesa em geral, e particularmente a Baixa Límia e o Gerês, conformam um desses casos. Por motivos, quer linguísticos, quer culturais, os seus habitantes tinham, até há bem pouco, sérias dificuldades para explicar as diferenças que os definiam como pertencentes a dous países de costas viradas. Mas o Estado sempre sai vencedor e consegue dar a volta ao mais ancestral dos acervos. A cultura ativa de falar, tocar, dançar e cantar igual que os vizinhos é subjugada agora por outra identidade, mas passiva e acaso também mais poderosa, que consolida a fronteira. Ela vem de longe, armada com as mais poderosas ferramentas para comunicar e atrevendo-se mesmo a renomear os lugares em que as pessoas vivem. O que antes se dizia igual, agora lê-se diferente e a linha divisória torna-se por fim visível. Porém, para muitas pessoas, a escrita continua a ser a única fronteira que elas conseguem ver.  Equipa técnica Realizaçom: Vanessa Vilaverde Lamas, Eduardo Maragoto e João Aveledo Desenho gráfico: Manuel Pintor Distribuçom: Amém Cinema