Este domingo a comissom de meio natural da Gentalha do Pichel em colaboraçom com o Centro de Interpretaçom da Natureça de Belvís fijo um roteiro para conhecer e recolher algumhas das ervas associadas com os ritos de celebraçom do solstício de veram. Umha das formadoras em educaçom ambiental apresentou-nos algumhas dessas prantas, as suas propriedades e tradiçons culturais associadas às mesmas. Depois demos um passeio polas Branhas do sar onde puidemos identificar muitas dessas ervas: codesso, fento macho, malvas, rosa canina, milenrama, fiuncho,menta, folhas de loureiro… Deixamos-vos aqui algumhas das imagens da jornada.20140622_121042 20140622_124855 20140622_133524

One thought on “Roteiro para recolher ‘ervas de sam joam’

  1. Gentalha diz:

    E para quem nom puido assistir ao roteiro deixamos aqui algo de informaçom.
    As ervas de Sam Joám
    A festa do solstício de verao, também conhecida como Sam Joám, é a festa do lume e da água. Durante séculos, as distintas civilizaçons da história utilizárom estes dous elementos para purificar os corpos e invocar a magia. Hoje, povos de todo o mundo seguem a utilizá-los quando o sol está mais perto para limpar as energias e espantar as ameaças e os medos.
    Na Galiza, a tradiçom di que no serám de 23 de junho cumpre apanhar distintos tipos de ‘ervas milagreiras’ e deixa-las toda a noite numha pota com água de sete fontes. O ‘cacho’, é assim como se chama a mistura, deixa-se ao ar livre para que o orvalho nocturno achegue as suas húmidas propriedades (com uns cardos ou silveiras por cima para que o demo nom cague dentro). Pola manhá, com as primeiras raiolas de sol, todas as pessoas que vivem numha mesma casa lavam a cara e os pés com o líquido verde e recendente. Segundo a tradiçom popular, é assim como a água concede propriedades medicinais e estéticas a pele e ao corpo.
    Esta tradiçom tem presença em todo o país, mas algumhas das ervas do cacho mudam dependendo da zona. As imprescindíveis som:
    Codesso (Cytisus purgans) ou piorno, gesta, retama. Atribuem-se-lhe propriedades purgantes, diuréticas e tónicas para o coraçom. Di-se que esta era planta sagrada dos druidas celtas.
    Fento macho (Dryopteris filix-max). Também conhecido como fieito, dentebrum, dentabrom. É antiparásitario, tradicionalmente mui apreciado para combater as ténias. A lenda di que esta planta floresce a mesma hora na que começam a arder as cacharelas.
    Fiuncho (Foeniculum vulgare) ou fiolho, fionlho. Tem propriedades diuréticas e digestivas.
    Erva-Luísa (Lippia triphylla). Empregou-se na Galiza coma erva medicinal desde que chegou do sul da América. É mui boa para as dores de estômago e barriga, os gases e as dores de cabeça.
    Malva brava ou malva comum (Malva silvestris). Na medicina popular, as folhas, o talo e as flores utilizam-se para aplicar em feridas e furúnculos. Também se preparam tisanas para curar a tose.
    Romeu (Rosmarinus officinalis). Também conhecido como alecrim, rosmarinho. O saber popular di que cheirar a madeira do romeu conserva a juventude. É por isso que quando numha casa havia umha pessoa enferma, queimava-se. O romeu tonifica o rego sanguíneo e é cicatrizante, digestivo, bom para a reuma, o asma. Também ajuda a que o cabelo medre.
    Rosa Canina. Também chamada roseira brava, silva macho, rosal do demo… É um arbusto espinhento. Tem propriedades tónicas para o rego sanguíneo.
    Outras ervas que também podem fazer parte do cacho som os estalotes (umha planta tóxica, com mais de 60 nomes na Galiza conhecida pola capacidade de acelerar o coraçom), o trovisco (ou matapulgas), a artemisa, a espadana, a maceira, o tominho, o ourego… Asim como as folhas de nogueira, sabugueiro, hedra, carvalho, visgo, amieiro, hortênsia, castinheiro…
    Coma muitas outras, a tradiçom das ervas de Sam Joám está-se a perder na Galiza. O saber e a cultura popular esquecem-se nos recunchos das aldeias e marcham com as vozes das que já nom estam. Por isso, na Gentalha do Pichel queremos recuperar a tradiçom das ervas de Sam Joám e fazê-la nossa.

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