Este 24 de julho um homem apunhalava a excompanheira em Compostela. A poucos metros, paradoxalmente, centos de antidistúrbios e polícias custodiavam a praça do obradoiro ante umha possível ameaça terrorista. Porém, ao terrorismo machista nom se lhe reconhece como tal ainda que seja o que mais vidas tirasse às mulheres nos últimos anos no Estado espanhol e engendre múltiplas formas de violência que nom serám freadas mediante campanhas propagandísticas, com um aumento do controlo policial ou com discursos assentados na sobreproteçom das mulheres mas com transformaçom social.
A violência institucional, judicial e social a respeito da questom de género é constante e por vezes invisível já que fai parte da mentalidade da sociedade patriarcal na que estamos inseridas e esconde-se atrás da hipócrita unanimidade social contra a violência machista.
A violência institucional exerce essa pressom mesmo quando pensa que está a fazer o contrário: banaliza a luita feminista com umha efeméride ritual o 25 de novembro via campanhas institucionais, como a deste ano da Conselharia de igualdade que reflicte mulheres cousificadas e engrandecidas que há que ‘coidar’ , numha clara mostra da concepçom social imperante da mulher: os nossos corpos e vidas som um património sobre o que legislar e gerir como se dum monumento se tratasse.
A violência institucional nom tem interesse por saber que é, como se exerce e como evitar as diferentes violências simbólicas e materiaise tira campanhas nas que di ‘se a maltratas a ela maltratas-me a mim’(home) (como a campanha do ministério e da Xunta do 2013), ou porque ‘poderiam ser as nossas mulheres ou filhas’nom punindo umha agressom em si própria se nom lamentando o possível dano que pode causar aos homens que podem ter um vínculo afectivo com a pessoa agredida. Voltam situar o objectivo positivo nos homens, pretendendo evitar-lhes o desgusto dumha agressom contra algo da sua propriedade e eludem o facto de que se está a vulnerar a nossa liberdade e dignidade.
A violência institucional anima a denunciar, mas quando o fazemos a violência judicial porá em causa essa denuncia, responsabilizará a vítima e os méios de comunicaçom exerceram a sua própria violência com julgamentos públicos nos que se óbvia o necessário anonimato das vítimas que por cima som as que devem demostrar a veracidade do seu testemunho.
A violência institucional di-nos que devemos ter coidado e coloca em nós a responsabilidade em vez de educar a futuros agressores para que nom o sejam.
A violência institucional e institucionalizada utiliza eufemismos como ‘relaçons sexuais nom consentidas’ para o que som violaçons ou ‘mulheres mortas’ quando som assassinadas.
As associaçons e colectivos de base, os movimentos sociais de esquerda há muito tempo que escolhemos o trabalho constante e transversal à margem da via institucional e da maquilhagem exclusiva ‘do dia de’ mas também fazemos parte dessa sociedade por natureza patriarcal e deveriamos repensar qual é o nosso papel nessas mudanças necessárias: na forma de agir dentro dos colectivos, na nossa própria formaçom em chave de género, na revisom de roles e formas de relacionar-nos e em criar espaços seguros e livres de violências machistas .