O passado 1 de setembro abríamos de novo o centro social após 6 meses com as portas fechadas por causa da COVID. Como agente comprometido com a saúde coletiva, dotamo-nos dumha série de medidas de higiene sanitária como o uso de máscara obrigatório, o mantimento da distância mínima de segurança e todas aquelas recomendaçons da comunidade científico-sanitária.
Igualmente, a Gentalha é um agente social comprometido com os valores básicos de democracia, assemblearismo, autodeterminaçom e memória histórica. Por isso mesmo, figemos público um cartaz no que instávamos a nom aceder ao centro social com máscaras que luzam simbologia que bate frontalmente com os nossos princípios básicos. Mas é a atual bandeira do Estado espanhol um símbolo antidemocrático? Da Gentalha entendemos que sim.
Entendemos que sim, nom apenas polo imprescindível exercício de memória histórica que nos impede esquecer que a atual bandeira espanhola foi imposta por umha ditadura militar fascista. Também polo que representa na atualidade. Para além dos discursos da superaçom do passado e da resignificaçom dos símbolos, da Gentalha entendemos que a bandeira de Espanha segue a representar um Estado que conserva umha instituiçom anacrónica, profundamente antidemocrática e corrupta como a monarquia, que se nega a reconhecer o direito de autodeterminaçom e o exercício da livre eleiçom, que mantém em andamento campanhas repressivas contra o independentismo galego organizado politicamente, que ergue um enorme valado de separaçom com o continente africano ou que continua a celebrar o saqueio colonial de suramérica.
Por tudo isto nom nos surpreende que aquelas pessoas mais ofendidas com o cartaz fossem precisamente as mesmas que lotavam as nossas redes sociais de mensagens com proclamas fascistas, nostálgicos do regime iniciado no 36 que, com a cumplicidade das instituiçons do Estado tenhem cada vez mais campo livre para difundir o seu discurso, esse sim, totalitário, supremacista e machista. Um discurso de ódio que ganha adeptos graças nom apenas a forças políticas ultraespanholistas, que rapidamente denunciárom nas suas redes sociais “as manifestaçons de ódio” da Gentalha, mas também graças à intoxicaçom mediática que nom duvidou em fazer-se eco da notícia entre dúzias de mentiras.
A Gentalha do Pichel é um centro social autogerido, que se mantém graças ao trabalho desinteressado e o esforço económico de dúzias de ativistas, que nom depende de subvençons públicas e que continuará trabalhando na normalizaçom da língua, na recuperaçom da nossa história, na preservaçom do meio natural, na conservaçom da riqueza cultural e patrimonial, na divulgaçom da cultura científica, na igualdade de género e a liberdade sexual, no desporto popular e de base, no ensino popular e na contrainformaçom, ou o que é o mesmo, seguiremos a trabalhar pola higiene democrática do nosso país.
Por último, queremos agradecer aos numerosos coletivos e, em especial, aos restantes centros sociais do país que mostrárom a sua solidariedade connosco. Juntas fazemos país.
Nom passarám!
Conselho Geral da Gentalha do Pichel.
18.09.2020
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