Após dous anos, este 14 de maio a Gentalha do Pichel retoma a festa do Dezassete para continuar a reivindicar o nosso compromisso com a normalizaçom da língua galega e o monolinguismo social da Galiza.

A nossa tarefa é hoje mais necessária do que o era quando há 18 anos botamos a andar para criar um espaço monolingue num contexto urbano e cada vez mais castelhanizado como Compostela.

Os dados nom som alentadores. Um quarto das crianças nom sabe falar o galego e quase a metade nom o fala nunca. Com tudo, algo mais de 25% da gente moça fala o galego sempre ou acotio mas essa percentagem reduze-se cada ano, como mostram os sucessivos estudos estatísticos.

Estamos a comprovar as consequências linguicidas das políticas do espanholismo. No caso do ensino, logo de 10 anos de aplicaçom do chamado Decreto do plurinlinguismo do PP, observa-se um panorama que caminha aceleradamente cara o monolinguismo em castelhano.

Muitos agentes sociais, culturais e políticos alertamos na altura das devastadoras consequências que esse decreto ia ter para a língua. O tempo deu-nos a razom mas o governo da Junta mostra-se satisfeito e mesmo pressume duns resultados que pareciam anelar.

Boa mostra da fraca preocupaçom que a Junta tem pola demostradíssima queda de falantes de galego é a eleiçom de Alfonso Rueda Valenzuela como futuro presidente do governo da Galiza.

Precisamente este 14 de maio, quando a Gentalha celebra a festa do 17, é investido como presidente um reconhecido simpatizante da entidade galegófoba Galicia Bilingue. O “nosso” novo presidente manifestou-se polas ruas de Compostela para denunciar a imposiçom dumha língua que embora perda falantes na Galiza alguns insistem em vê-la umha ameaça.

Fiel representante da burguesia de “Pontevedra de Toda la Vida” (PTV), Alfonso Rueda vai presidir o governo da Galiza com um escasíssimo domínio da língua própria e, o que é pior, um total despreço por ela.

Naquele 8 de fevereiro de 2009 no que Alfonso Rueda se manifestava contra o galego da mao dos setores mais reacionários da direita espanhola, a Gentalha e dúzias de coletivos mais saímos à rua para plantar cara a umha das agressons mais diretas e cheias de ódio que recebemos como povo. A defesa da língua resolveu-se daquela com repressons e detençons.

Hoje seguimos em pé na defesa dumha vida 100% em galego, o nosso objetivo matriz. Mas a nossa batalha é muito mais do que isso, queremos umha vida digna.

Nesta ediçom da festa do 17 reivindicamos as ruas para as vizinhas e vizinhos, para quem as habitamos, quem as desfrutamos, quem as trabalhamos e muitas vezes padecemos todos os dias.

Reivindicamos umha Compostela que olhe mais para a vizinhança e as suas necessidades e menos para um turismo que, com o Jacobeu como pretexto, cada dia se torna mais predador, mais invasivo, mais insustentável.

Hoje seguimos em pé e por cada agressom à nossa língua e às nossas vidas florescerám mil novas iniciativas nas que lhes demostraremos que o seu ódio e fraqueza cultural nom vai empanhar a nossa alegria e riqueza de falarmos, sentirmos, entendermos e vivermos em galego.

Frente ao seu inverno perpétuo, mil primaveras mais para o galego.